Segundo ele, existem 3 formas possíveis de se desenhar os fundos de coinvestimento, cada qual com as suas características:
A primeira possibilidade é de que o Estado foque em um fundo puramente comercial, escolhendo os melhores investidores anjos do país e coinvestindo com eles, como acontece com o European Angels Fund (EAF).
A segunda alternativa é criar um fundo de coinvestimento com o objetivo de manter e apoiar a comunidade existente de investidores anjo no país.
Já a terceira – que para Andrez é melhor opção no caso do Brasil – é apoiar a criação de uma nova comunidade de investidores anjo.
Dessa forma, a partir do momento que existe essa nova comunidade de investidores, é possível que ela continue a investir e tornar isso em um círculo virtuoso, ou seja, desencadeando acontecimentos extremamente positivos para o ecossistema no país.
Fundos de coinvestimento em outros países:
Você sabe como funciona o modelo de coinvestimento na Holanda?
O Estado realiza uma parceria com os investidores anjo e o dinheiro do fundo de investimento para aplicar em startups vem 50% do investidor anjo e 50% do governo. Depois desse investimento, 80% do primeiro retorno de capital que entrar na sociedade é direcionado para os investidores anjo e 20% para o Estado.
De acordo com Andrez, isso acontece porque a capacidade financeira do investidor anjo é menor do que a do governo e o Estado também quer que ele receba esse retorno rapidamente para poder voltar e investir em outros projetos.
Dessa forma, a partir do momento em que o investidor anjo já recuperou todo o seu dinheiro, o retorno do investimento passa a ser 50% investidor e 50% Estado, ou seja, todo dinheiro que passa a entrar na sociedade é dividido.
E a partir do momento em que o Estado recupera todo o seu dinheiro, a divisão passa a ser novamente 80% para o investidor e 20% para o Estado.
“Este é um modelo, na minha opinião e reconhecido internacionalmente, que melhor funciona e que melhor atração tem para os investidores anjo.” concluiu Paulo Andrez.
Lembrando que os investidores anjo não cobram comissões de gestão no fundo de coinvestimento, ao contrário do que acontece com os capitais de risco.