Por Maria Rita Spina Bueno
Captar investimento é uma tarefa desafiadora para startups, tornando o funil entre quem busca investimento e quem efetivamente capta bastante afunilado. O consenso no mundo é que de cada 100 startups que buscam investimento somente 1 atinge seu objetivo. Nos últimos anos, o funil da Anjos do Brasil seleciona, em média, 14% das startups que nos buscam para serem apresentadas para a rede; delas, por volta de 23% recebem o investimento. Ou seja, as startups que iniciam o funil e recebem o investimento são quase 3% do total. São dados animadores, que mostram que estamos efetuando um ótimo trabalho de atração e seleção de startups. Ao colocarmos o filtro de gênero nesses dados, constatamos outro ponto que aparece em todas as pesquisas sobre o ecossistema e que também é um consenso mundial: a captação é uma etapa ainda mais desafiadora para fundadoras mulheres. Das 66 startups investidas pela rede da Anjos do Brasil nos últimos 3 anos, apenas 10 têm uma fundadora mulher. Apesar de o número soar baixo, esse indicador até poderia nos deixar satisfeitos com nosso trabalho, uma vez que possuir 15% de investidas com uma mulher entre os founders está acima da média dos estudos mundiais que reportam entre 1% e 4% como os valores mais comuns. Mas isso não é suficiente e esses números não nos deixam confortáveis. Queremos ajudar a aumentá-lo cada vez mais! Problemas complexos não têm soluções simples, essa é uma das minhas verdades. Há, ainda, uma longa jornada a ser trilhada e precisamos de muitas iniciativas e de muita ação para que todas as fundadoras possam realizar seu potencial. Nesse sentido, dentre as coisas que podemos fazer, está o reconhecimento das mulheres que passam por esse caminho, dando visibilidade ao seu exemplo e incentivando que outras mulheres também o trilhem! |